João Faria, campeão do FPAK Júnior Team Velocidade 2026: “Em Jerez senti que poderia ser campeão”
Sem qualquer ligação familiar aos desportos motorizados, e embora desde tenra idade adorasse automóveis, foi graças à influência de um amigo proprietário de um kart que João Faria deu os primeiros passos como piloto. Hoje, 5 anos depois, ostenta o título de vencedor do FPAK Júnior Team de Velocidade 2026, conquistado no último fim de semana de novembro, no Estoril, aos comandos de um Ginetta G40.
“Tudo começou devido a um acidente. Pedi ao meu amigo para dar uma volta e não consegui evitar um acidente que deixou o kart danificado. Face a essa situação, e para ele não ficar com o prejuízo, combinei comprar-lhe o kart. A partir daí nunca mais parei…”, conta o jovem João Faria, natural de Paredes.
Ao fim de quatro épocas a competir no karting e já com 18 anos considerou interessante o projeto do FPAK Júnior Team para dar continuidade à sua carreira no ano em que, a nível académico, era admitido na faculdade para cursar engenharia civil.
– Qual foi a sensação quando testou pela primeira vez o Ginetta G40?
“Muito positiva, pois para além do kart, só estava acostumado a dar, de forma ocasional, umas voltas no carro do meu pai. Na pista do Estoril sentia-me ‘livre’ para andar à-vontade. Embora não seja muito potente, o Ginetta é pouco pesado, o que se traduz numa ótima relação peso/potência. Isso torna a condução fácil e divertida. Nesse primeiro teste fiquei logo bastante entusiasmado”.
– A estreia em competição ocorreu no Algarve, na pista de Portimão, um traçado de exigência máxima. Na altura, sentiu que poderia ter hipóteses de discutir o título?
“Começámos muito bem essa jornada, tanto eu como o meu colega, pois conseguimos fazer a ‘pole’, mas nas duas corridas tivemos alguns azares, como sucedeu, por exemplo, em relação à entrada do safety-car. Tal impediu-nos de conquistar resultados melhores. Aliás, as minhas piores classificações da época foram em Portimão”.
– Depois, como se sentiu a correr fora de Portugal, como em Jarama e Jerez de La Frontera, duas pistas com uma história incrível?
“Digamos que foi completamente surreal correr nessas pistas tão famosas, pelo ambiente em torno dessas jornadas como pelos próprios traçados, exigentes e divertidos. Ter oportunidade de competir nesses circuitos representou, quanto a mim, uma mais-valia”.
– Em que prova o João Faria sentiu que estava embalado para poder sagrar-se campeão?
“Na jornada de Jerez senti que poderia ser campeão, quando consegui conquistar o primeiro título, no Supercars Endurance Espanha. Percebi que se continuasse como até aí tinha hipóteses de concluir a época na primeira posição do FJT”.
– Na hora de fazer o balanço da época, qual foi a parte em que sentiu maiores dificuldades, se é que tal aconteceu?
“De um modo geral, poderei dizer que nunca senti muitas dificuldades nem passei por algum momento crítico. De qualquer modo, sempre que surgia algum problema ou mesmo dúvida, tínhamos sempre alguém com quem dialogar, que era o César Campaniço, o diretor desportivo do FJT. Ele ajudou-nos sempre a solucionar todo o tipo de situações, em momentos de menor confiança ou de indecisão. E isso facilita bastante a tarefa de quem procura aprender e evoluir”.
– E agora, com o título do FJT de Velocidade na mão, até onde pretende chegar? Qual é o sonho, em termos de futuro?
“O meu sonho é progredir, chegar a um patamar mais elevado e correr além-fronteiras. O objetivo passa por tirar o máximo partido deste desporto e divertir-me, se possível guiando carros cada vez melhores nos GT. Adorava, um dia, ter oportunidade de competir no WEC ou mesmo no DTM. Para já, estamos a trabalhar a nível de angariação de apoios, tendo em vista a época de 2026. Como se sabe, o desporto automóvel requer orçamentos avultados e sem patrocínios torna-se tudo mais difícil, mas gostaria, em termos de condições, de fazer uma boa época no Campeonato de Portugal de Velocidade/Iberian SuperCars”.
