Discurso direto de Pedro Almeida, vencedor da última jornada do Campeonato Portugal de Ralis

Foi surpreendente o desfecho da quarta prova da temporada, o Vodafone Rally de Portugal, com o vencedor a ser conhecido algum tempo depois de concluída a derradeira classificativa. Pedro Almeida, navegado por António Costa, aos comandos do Skoda Fabia RS Rally2, estreou-se a ganhar no Campeonato de Portugal de Ralis. A evolução do piloto famalicense tem sido notória e este triunfo na prova do CPR da etapa portuguesa do WRC surge num momento crucial, depois de um início de época irregular em termos de resultados. Agora, fica com um novo ânimo para o que resta do campeonato…

Qual foi a primeira coisa em que pensou quando percebeu que tinha acabado de conquistar a sua primeira vitória no Campeonato de Portugal de Ralis?

“Na verdade, já não me lembro. Nem recordo exatamente o momento em que me apercebi que ganhei, porque com aquela história [problemas de suspensão no carro do Kris Meeke] toda, fui recebendo informações em diversos momentos. Não foi uma notícia repentina. Claro que quando tive a confirmação da vitória, fiz uma espécie de balanço, e ela é o resultado do acumular de muito tempo de trabalho e de persistência. Claro que nesta quarta prova também me correu tudo bem para que o primeiro lugar fosse uma realidade”.

– Tinha estabelecido uma meta para esta época de 2025, inclusive com a mudança de carro (Fabia RS) e de navegador?

“Era, e é, claramente, conquistar vários pódios e discutir as posições cimeiras com os melhores pilotos portugueses”.

– É um ano de ensaio para o ataque ao título em 2026?

“Ainda não posso dizer que sim, atendendo a que nada tenho confirmado para a próxima época. É demasiado cedo, mas claro que a ideia será continuar a evoluir e poderá esta cada vez mais perto a conquista de um eventual título de campeão”.

 – A que se deveu, em 2020 e 2021, o passo atrás, de um R5 para um Rally4?

“Se calhar, nessa altura posso ter-me apercebido de que tinha feito uma evolução precipitada para um R5, no início, em 2018. Daí ter decidido voltar atrás e ter a possibilidade de fazer mais ralis para adquirir maior experiência. Hoje, olhando para trás, não sei se foi a melhor aposta. Foi aquilo que decidi e está feito!...”

– Os seus horizontes como piloto estão circunscritos ao CPR?

“Sim, não vejo a minha vida nos ralis com outros horizontes. Já estou desenganado, tenho 27 anos, e a ideia é mesmo focar-me na minha vida pessoal e profissional. Os ralis são uma paixão que pretendo manter enquanto puder e tiver essa possibilidade”.

– A partir de agora, na fase de asfalto do CPR, vamos ver um Pedro Almeida mais confiante e moralizado do que nunca?

“Sim, com certeza! Uma vitória dá outro ânimo e outra motivação para encarar a próxima fase que aí vem. Começa tudo de novo. Esta vitória foi um impulso, em termos de motivação, para os ralis de asfalto".