Miguel Carvalho festeja título Promo de Ralis em Águeda
O piloto de Barcelos sagrou-se, este domingo, campeão Promo de Ralis, ao terminar a derradeira prova do campeonato no lugar mais alto do pódio, à frente de Adruzilo Lopes, em que os dois pilotos iniciaram o Águeda Rali Travocar empatados com 137 pontos. João Marcelino triunfou nas 2RM.
Ao volante de um Hyundai i20 N5, Miguel Carvalho coroou-se no Águeda Rali Travocar, tendo a seu lado o navegador António Reis, liderando a prova do Clube Automóvel de Santo Tirso (CAST) de fio a pavio, relegando para a segunda posição Adruzilo Lopes e Vítor Hugo, em Mitsubishi Lancer Evo IX.
O barcelense colocou na região Centro do país um ponto final na luta pelo título no Campeonato Promo de Ralis e “roubou” o ceptro a Adruzilo Lopes que tinha conquistado na edição do ano anterior.
Miguel Carvalho precisou apenas de controlar as operações durante o dia de hoje, depois de, na véspera, ter amealhado 18,3 importantes segundos relativamente ao piloto da viatura nipónica dos três diamantes, o que lhe permitiu terminar a competição desenhada pelo CAST e promovida pela Promolafões, com 19,1 segundos à melhor.
Nesta corrida titânica pelo título, o piloto da cidade inserida na sub-região do Cávado, pertencendo à região do Norte e ao distrito de Braga, viajou até Águeda Natal e recolher a prenda antecipada e festejada com pompa e circunstância na margem esquerda do rio Águeda.
Mas já na margem direita de um dos afluentes do rio Vouga, que nasce na Serra do Caramulo, que Miguel Carvalho jorrou o champanhe do triunfo, para gáudio de familiares, amigos, parceiros e equipa de assistência.
«Naturalmente que foi uma vitória saborosa. Ando nos ralis há 10 anos, em que já fui campeão regional, campeão nacional de RC4 e, agora, com o Promo de Ralis 2025, o que me deixa feliz. É o segundo ano que conduzo um R5 e perante adversários muito bons, como é o caso do Adruzilo Lopes, mas soubemos contrariar a dureza do campeonato, com 10 provas, em que tivemos algumas desistências, à semelhança do nosso principal adversário».
«Chegámos ao Águeda rali travocar empatados, e tivemos que dar tudo por tudo, ficando demonstrado nos troços, e que fizemos tempos muito bons e consistentes, em que acabámos por conquistar uma vitória muito boa, tanto no rali à geral, como no Campeonato Pomo de Ralis 2025», acrescentou o piloto minhoto.
Sem conseguir conter a emoção e as lágrimas, Miguel Carvalho, parco em palavras, dedicou o título à sua mãe, que «gostava muito de ralis, que faleceu em 2022 mas, tenho a certeza que gostaria de estar aqui para ver a ser campeão».
Por seu turno, Adruzilo Lopes e Vítor Hugo tudo fizeram para defender o título conquistado o ano passado. Puxaram dos “galões” e colocando em prática a maturidade, com o intuito de refrear a impetuosidade de Miguel Carvalho e António Reis, mas estes conseguiram “fugir” e conquistar a vitória e o título.
Paulo Barata encerra participação no terceiro lugar
«Desde o início do campeonato que tínhamos a ambição de revalidar o título Promo de Ralis, mas tivemos alguns contratempos que não nos permitiu alcançar esse legítimo desiderato. Em Águeda, a decisão final recaiu para o nosso principal adversário, muito rápido em todo o rali e, embora tivéssemos tentado contrariar o cenário, mas o Miguel (Carvalho), tal e qual como nós, entrou ao ataque e defendeu-se muito bem. Por tudo aquilo que o novo campeão fez ao longo do ano, é merecido e trabalhou para que fosse possível», admitiu Adruzilo Lopes.
O piloto de Regilde saiu de Águeda motivado na preparação da nova temporada, estando já a trabalhar nesse sentido, «mas ainda é prematuro adiantar mais pormenores», pese embora não tenha escondido que estejam concentrados no projeto a fim de concretizar os objetivos previstos.
Depois de muitas aventuras e peripécias ao longo da prova, sobretudo ao nível de decisões do Colégio de Comissários, algumas das quais consideradas controvérsias, motivando, inclusive, que algumas equipas tivessem renunciado a prosseguir em prova, nomeadamente Carlos Matos e Ilberino Santos, em Skoda Fabia R5.
Alguns dos casos incidiram em alguns acidentes, levando a que várias equipas não pudessem efetuar especiais na totalidade. Perante estes fatores, Paulo Barata e Gonçalo Palmeira, aos comandos de um Skoda Fabia RS, também apanhados na teia de incidentes, mas encararam a competição com o propósito de rodar e aumentar quilómetros.
Pese embora não tenha sequer entrado para a primeira especial da prova, ao início da noite de sábado, o piloto de Góis, acolheu o tempo que lhe foi atribuído, nunca deixando de vincar a sua marca, acabando mesmo por terminar no terceiro lugar, a 2m40,4s.
João Marcelino triunfa nas 2RM
Já os campeões do Centro de Ralis, Armando Carvalho e Ana Santos, em Mitsubishi Lancer Evo IX, encerraram a participação no Águeda rali travocar no quarto posto, a 3m24,9s do topo da classificação, regressando a Vila Nova de Poiares com a vitória alusiva às quatro rodas motrizes do Promolafões Rali Cup by Castrol. Apesar do abandono de Carlos Matos, este domingo de manhã, o piloto de S. Pedro Sul conquistou a geral do Promolafões Rali Cup by Castrol. Ainda no que diz respeito ao Promolafões Rali Cup by Castrol, Miguel Paião e Pedro Tondela, em Nissan Micra, venceram a classe 1.300cc.
Interessante foi a luta titânica entre as viaturas de Duas Rodas Motrizes (2RM). Num “sobe e desce” constante na tabela classificativa, entre as duplas formadas por João Marcelino e Valter Cardoso (Renault Clio RS) e Pedro Pereira e Martim Santos (Renault Clio Rally 4/5, a balança acabou por pender para o lado de João Marcelino.
O piloto de S. Pedro do Sul, João Marcelino, apenas consolidou a conquista do título de 2RM no Campeonato Centro de Ralis, encerrando a participação no Águeda rali travocar na quinta posição, em 54m45,1s, com o jovem do Bussaco, que deixou uma excelente imagem de condução no Águeda é Natal, a quedar-se pelo sexto posto, a 7,7 segundos.
«Conquistar o título de 2RM é o concretizar de um sonho. O meu pai, já no passado, efetuou grandes provas no “nacional” de ralis e também venceu nas 2RM, e eu consegui seguir as pisadas dele. Dado ao esforço financeiro, tenho lutado por conseguir prosseguir na competição e, ainda por cima, com um grande amigo meu, que é o Valter (Cardoso), ainda por cima numa estrutura privada, o que me deixa orgulhoso», sublinhou João Marcelino, que saiu de Águeda com o troféu Promolafões Rali Cup by Castrol nas 2RM.
Ainda nas 2RM, uma palavra obrigatória para André Pereira e Filipa Pereira que, ao volante de um Citroën AX, terminaram em terceiro lugar, fruto de uma prestação notável de grande aprumo, concluindo em oitavo à geral. Elucidativo.
O piloto beirão, Nelson Trindade, em Skoda Fabia N5 e navegado por Raquel Graça, finalizou na sétima posição da geral, a 5m15,2s do topo da classificação, cabendo a Carlos Silva e Paulo Alves, em Mitsubishi Lancer Evo X (CZ4A) segurar o nono posto, a 5m55,4s de Miguel Carvalho e António Reis.
Referência, ainda, para Pedro Câmara, navegado por João Câmara. O jovem açoriano rubricou uma prova de excelência. O piloto micaelense, de 18 anos, destacou-se ao volante de um Peugeot 208 Rally6 e registou, no final, o 10.º melhor tempo à geral, a 6m19,2s da liderança, logrando o triunfo na derradeira prova da FPAK Júnior Team, relegando Luís Mendes e Diogo Costa, em viatura idêntica, para o 14.º lugar, a 1m27,5s de diferença.
